Hotel Cortez

— Bem... Como eu posso dizer isso? — Breve pausa — Eu não era bem um fiel seu, na verdade eu nunca rezei pra nada nem nunca pedi ajuda de um Deus apesar de sempre ter acreditado. Mas bem, você é corajoso e ainda por cima foi o único que possibilitou essa conversa... Estranhamente ganhou minha devoção e também minha curiosidade! De que guerra você fala? Acredito que dessa vez não seja Jormungand que você tem como inimigo, então quem é?

Tamanha empolgação daquela divindade que conseguia até mesmo animar o lutador.  Bom, estranheza eu tenho presenciado bastante ultimamente, porém a divergência a que se refere envolve os deuses... Isso que dizer que humanos estão lutando em nome de outros Deuses? — Foi a única coisa que Gannicus conseguiu imaginar, logo faria sentido já que um Deus estava falando com ele.

Sua cabeleira dourada levemente bagunçada esvoaçava com o vento que batia na crista da montanha, isso provocava um maneiro igual as luzes no capacete de Thor. — Almejo ser o melhor lutador do mundo! Claro, perto de Deuses em guerra e um mundo em colapso este não é um grande desejo, mas é o que eu quero! Como você pretende ascender nesta guerra então? Como agiremos?

Ficava feliz de ter sua bravura elogiada por um Deus que já tinha lutado tantas guerras, isso de certa forma o motivava a lutar. Lhe foi dada uma missão relativamente fácil, não tinha dúvidas de que conseguiria completa-la rapidamente. — Agradeço! Farei mais rápido do que imagina e então logo nos falaremos de novo, carregarei sua vontade comigo! — Parecia convicto e já estava pronto para voltar a floresta e completar seu objetivo atual.

*Aqueles demônios haviam se aglomerado naquela janela se mostrando perante o rapaz que nunca havia visto aquilo, não demônios de verdade e sim somente pessoas alucinadas, e naquele momento ele procurava buscar alguma logica para aquilo procurando por com base na ciência o como diabos aquelas coisas surgiram e estavam ali, até então voltar o olhar para sua mão*

-! -A manopla que tinha fez surgir de sua lamina oculta, essa ao qual ele e moveu junto ao palmo livre, cravando então a pequena lamina nas costas da própria mão, algo que o fez fechar os olhos devido a imensa dor que sentia, mas não aguentando e acabando por berrar por aquilo.

-AAAAAAAAAAAAH!! -Gritou de dor e ele começou a rir daquilo com a cabeça erguida, uma risada intensa e com tendencias sádicas, forçando então a lamina para sair de sua mão e manchar o chão com seu  sangue.

-HAHAHAHA! VOCÊ TINHA RAZÃO MEREDITH! -Ele se lembrou de tudo, afinal, não era tão difícil já que mesmo com tudo embaralhado, todo aquele medo, toda aquela tensão, todo o pavor e furia, tudo misturado o fazia se lembrar de quem realmente era, mas não, isso não ajudava a saber do que diabos estava ocorrendo ali. Desceu a face e encarou os demônios na janela sorrindo, mexendo no cinto para tirar os "fios" da manopla e conectar as espadas que já naturalmente captam eletricidade, mas não ligou o dispositivo, somente sacou uma e apertou um dos botões dessa que fez com que a parte cortante se abrisse revelando a laminas de luz ultra-violeta fortíssima que ofuscava qualquer um, exceto ele devido seus olhos terem mais de uma pupila, no caso 4 em cada olho [1 normal e 3 Tomoes], logo, ele capta mais luz do que qualquer outro tipo de olhar [O contrário de Meredith, no caso dela é voltado para o escuro], e o efeito da lamina era como uma granada de flash, só que continua e mais forte, algo que iria derrubar alguns ali só com a luminosidade.

-A dor as vezes ajuda a limpar a mente. -Voltou a ficar sério repentinamente, sentindo ainda a dor devido estar apertando a empunhadura daquela arma com a mão ferida. Aproveitando que uma das laminas cegava, aproveitou do que fez mais cedo para ligar o cinto, este que funciona como um mini-gerador que produz energia elétrica, ou seja, se ele produz, só pode fazer o que aguenta, sem então nunca sobrecarregar, e graças a isso, consegue transferir a carga através de fios ligados ao cabo da katana que por si só já absorve energia e a envia a lamina, a fazendo então ser tomada por raios, bastando então estica-la e toca-la na grade, uma forte condutora natural, fazendo então um estouro acontecer e o elemento se espalhar pela parede de forma imediata e breve, um golpe só que poderia matar carbonizado um humano qualquer instantaneamente, já que o toque do metal eletrificado na grade a fez agir como uma cerca elétrica de alta voltagem momentaneamente [Sendo obvio que Atticus recuou após isso para não se envolver nessa descarga].


-Ardam bastardos, e juro que quando esse pesadelo acabar... -O olhar sério estava exalando perigo, se mantendo estreito e severo como se realmente tivesse mudado da agua para o vinho, do rapaz gentil para alguém mais sangue-frio que não se importaria de ficar ali a noite toda.

-Eu vou arrancar a cabeça daquela dupla de bastardos e salvar a Meredith, a verdadeira Meredith. 

*Com tudo aquilo feito, ele via os corpos caírem queimando, algo que o aliviou muito embora aquela dor continuasse, voltando o olhar para mão até perceber que por instantes a luva presenta na outra sumiu, como se não existisse de verdade... Havia a perdido, sim, para aquela morena, Astarte*

-Aquela... -Voltou o olhar e viu aquele dedo caído, nojento, sem duvida, mas o pegou, queria saber o que diabo era, já que aquelas coisas não eram humanas nem de longe, e mesmo que ele se recuasse a acreditar, formava teorias consigo mesmo enquanto o observava.

-Isso tudo é só um sonho, não é mesmo? -Tudo voltava ao normal por um unico instante, havia distinguido sonho de realidade novamente por um mero segundo novamente, tornando então a apertar o botão novamente da arma fazendo a lamina fechar e então parar de brilhar, voltando então o olhar para o chão vendo seu sangue reagir com diferença e a logo sentindo a temperatura esfriar de novo, fazendo a nevoa sutil escapar de sua boca.

-Isso, está incompleto, não é mesmo? -Sinal de meia lua... Faltava a outra metade, e bem, ele ouvia aquele sussurro, uma nova dica para si, poderia ver seu reflexo em seu próprio sangue talvez, mas... Precisava de mais do que aquilo para isso.

-Meredith que ia adorar fazer isso... Vamos, por ela, eu não vou deixar mais ninguém morrer sob minha custodia, se eu não tivesse feito ela sair de casa tão cedo, tsc, dane-se, não é hora para lamentar, ela precisa de mim. -Mexeu no cinto desligando a eletricidade para então cessar o feito eletrico da espada, a cravando então no chão proximo a si, mantendo a outra -Tem duas, essa que estava quente devido a luz que expos a pouco.

-Hora de começar isso. -Se ajoelhou frente aquela pequena poça, guardou o dedo no bolso da calça esticou a mão ferida e apertou o punho, mais dor, mas somente gotejou de leve, muito pouco.


-Assim não basta, preciso de mais, vou ter que fazer assim. -Arregaçou a manga com a mão novamente livre da espada, essa que ele deixou deitada em seu lado.

-Vamos, ela precisa de mim, sem frescura... -Rasgou a própria manga e a usou como algo para tapar a própria boca, no caso, iria morder aquele tecido, e por ter rasgado, deixou o braço exposto. Moveu a espada que já estava fria devido a temperatura local, deixando então o metal gelado pegar no antebraço, descendo devagar enquanto gemia de dor, um gemido abafado devido o pano na boca, fechando então um dos olhos, realmente aquela sensação era ruim, mas transmitia uma sensação boa no final, talvez devido a adrenalina.

"-Vamos..." -Ao finalizar o corte, afastou a espada, e a ferida profunda agora fazia o sangue descer de lado pelo braço e começar a cair no chão como um fino e fraco jato, como uma torneira parcialmente aberta, e ficava ali olhando o próprio sangue cair a espera de algum resultado.

"-Tenho que estancar no momento em que isso funcionar, senão vou desmaiar com tanto sangue perdido..."