Hotel Cortez

- Uhm... Entendi...

Estava segurando o queixo enquanto pensava e acabou suspirando.

- Yuno, você quer ficar no hotel mais um pouco? Eu posso pagar mais uma diária... - Passou a mão na nuca. - Aliás, desculpe por todas as perguntas, mas, quem seria Caos?

- Uhm?

Antes que pudesse perguntar de volta, acabou sentindo o vinho na sua boca e bebeu, corada por todo o método feito, mas, acabou sorrindo.

- Entendo... Imagino que me fazendo beber desse vinho faz eu ter uma conexão contigo, não é? - Suspirou, sorrindo um tanto contente. - Tudo bem por mim. Bem, se não se importa, vou saindo, tenho que pesquisar algumas coisas... Ah, já que não vai ficar no hotel, vou fazer check-out, tudo bem?

Ordem Branca... Sparda... Caos...
Suspirou, onde sequer iria começar a procurar tudo aquilo..? Saiu do quarto e aguardou para ver se a mulher sairia também, iria fechar a porta e levaria a chave consigo até a recepção, fazendo o check-out.

Seria bom dar uma passada em casa só para trocar de roupa e comer algo, depois disso... Talvez pudesse ir para o bosque... Refazer os passos que fez quando foi atrás daquela cabana. Lembrou-se da menção a Éolo. Poderia ficar ali indagando aquela mulher acerca de tudo, mas, acreditava que realmente já fez demais, queria conquistar um pouco por conta própria.

Ah, sim.
Tirou o celular e mandou a mensagem para seu irmão, resumindo um pouco de tudo que descobriu.
Talvez pudesse relaxar um pouco, afinal...

...
-> The Cemetery

Cheguei no hotel e pedi uma chave para o recepcionista. Já havia ouvido historias sobre este hotel, mas tinha que se estabelecer em algum lugar, não poderia levar Alicia, não por enquanto, para a ordem branca.

— Posso ir até a cozinha de vocês para preparar um chá para ela? — perguntei, já entregando as chaves para Alicia.

O moreno estava quase dormindo no balcão apoiado em seu punho. A chegada do casal o fez dar um pulo e começar a sorrir fingindo que fazia muito bem seu trabalho. Assim que foi pedido um quarto o rapaz se virou e pegou a chave marcada com o número 45, em seguida entregou para a mocinha.
                                                                                                                   
—Bem vindos ao Hotel Cortez! Nossa cozinha é aberta ao público sim, porém tudo deve ser lavado e guardado em seus devidos lugares ou Jason pega vocês! —Disse em seguida soltando uma risada indicando talvez uma brincadeira.— Fiquem à vontade... Mas tentem não quebrar a cama. —Sussurrou para Ethan.                         

Em cima do balcão havia um livro de chamada no qual todos os hóspedes deviam assinar seus nomes, mas o recepcionista nem se preocupou já que era bem óbvio.

Assenti, com um sorriso e, antes de entrar na cozinha para preparar o chá, assinei meu nome no livro, deixando a caneta em cima e indicando para Alicia fazer o mesmo.

— Vá subindo, eu te entrego lá — falei, indo até a cozinha e preparando o chá. Em seguida limpando tudo que tinha utilizado.

Assim que limpei tudo, depois de terminar o chá, subi até o 4º andar pelo elevador, cuidando para não cair com a xícara.

Na cozinha havia apenas um homem com roupa totalmente branca dormindo com um jornal na cara. Não acordou com a movimentação ali dentro.
O recepcionista acenou para a hóspede que se afastava e fez questão de frisar.

—Tudo será cobrado com juros!

Ela achou o elevador velho, este que parecia ser capaz de despencar a qualquer momento devido a oxidação que cobria inclusive as portas.

Ignorei o homem ali, mais por não querer acordá-lo, não queria incomodar. Por isso, fiz o chá no silêncio e, assim que limpei tudo, depois de terminar o chá, subi até o 4º andar pelo elevador, cuidando para não cair com a xícara.

Rolagem de dados.

O membro 'Alicia Medeiros' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'D20' : 9

Alicia subia o elevador enquanto Ethan ainda preparava o chá porque obviamente são tempos bem diferentes. Subia em uma velocidade normal apesar dos rangidos provocados pelos cabos de aço, atritos de ferrugem nas laterais e um leve balanço.
Talvez as vozes em sua cabeça começassem a azucrinar novamente já que no quarto andar o elevador simplesmente empacou por um erro de simetria com a porta impedindo que ela fosse aberta como um sistema de "segurança". Não era um sistema antigo apesar de desgastado, porém graças a falta de força para colocar o elevador no andar correto o contrapeso forçou ainda mais os cabos fazendo com que continuasse subindo até a intersecção do quinto e sexto andar. O cabo do contrapeso não aguentou a força extra e a tração não foi suficiente, simplesmente despencou com velocidade já que o único modo de parar era nas molas do foço.
Era uma queda rápida, sem tempo de reação. O choque contra as molas em não tão bom estado proporcionaram certo amparo porém não foram o suficiente causando um barulho ensurdecedor para Alicia e um estrondo do lado de fora. As articulações e cartilagem de seus joelhos explodiram igual balão, sua bacia trincou e seu rosto se chocou contra o chão causando pressão em sua medula porém não prejudicando-a o suficiente para perder os movimentos para sempre, talvez por algum tempo se tivesse o tratamento correto.
Muita poeira levantou do foço e o sistema do elevador não funcionava mais. Ethan chegou apenas após o impacto.

Assim que ouvi o estouro do rompimento das cordas, a minha primeira reação foi parar, largar a xícara de chá em cima da mesa e rezar. Em seguida, quando ainda estava rezando, ouvi o barulho de quando o elevador se chocou contra o chão. Neste momento, retirei minha sniper do meu arsenal, fazendo com que ela aparecesse no meu bolso, não ligava se alguém normal fosse ver aquilo, só queria encontrar Alicia, que poderia estar naquele elevador.

Assim, atirei com uma bala mágica na porta do elevador, destruindo ela o bastante para que pudesse abri-la. Desci até o elevador e abri a pequena porta que havia em cima dele. Quando abri, a poeira subiu, mas, mesmo com os olhos ardendo, não retirava um segundo meu rosto dali, encarando o interior do elevador.

Quando a vi, minha reza se tornou mais intensa. Se tornou tão intensa que sobressaia contra os vários pensamentos que viriam a surgir. Não pensava em nada naquele momento, a não ser por duas coisas, salvá-la e rezar por ela.

Por isso, entrei no elevador sem encostar nela, pois ela poderia ter quebrado vários ossos ali e como eu não tinha treinamento médico, não saberia como move-la sem machucá-la mais ainda. Encostei na parede do elevador e de repente todo o seu interior e exterior se reconstruía. Era como se fosse um novo elevador e não um usado, com a mesma aparência. Cliquei no botão para que voltasse ao térreo, enquanto ligava para a ambulância, dizendo o local e o que havia ocorrido.

— Calma, meu amor, não se mexa, tudo vai dar certo — repetia, enquanto tudo aquilo acontecia. Em meu rosto, lágrimas caíam, mas minha expressão não demonstrava tristeza – mesmo que fosse óbvio que estava triste e preocupado –, demonstrava determinação e coragem, e isso poderia ajudar Alicia a se acalmar naquele horrível momento.