Bright City

Fiquei um pouco assustada com seu toque, mas não demonstrei isso à eles.

— Não sei o que, nem onde, é essa tal ilha. Podem ser um pouco mais específicos? Dar um pouco mais de detalhe, assim acho que minha deusa concordaria — falei, amigavelmente — Ela não demonstrou ser alguém muito paciente e que gosta de coisas mal explicadas... — terminei, com um pouco de receio de estar sendo muito informal com eles.

Havia entendido o que eles queriam fazer, queriam usar fogo contra fogo. Minha empatia não iria deixar rejeitar isso, afinal, era assim que agia nos protestos, fogo contra fogo. Além do mais, se existe outras pessoas como eles, seria cada vez mais difícil de revolucionar o mundo, eu teria que ser realmente a mais forte e me tornar um deles seria um ótimo e grande passo para isso.

Sendo assim, apenas concordei com o que eles haviam dito.

— Ok, entendi, vou conversar com Ela.

Dito isso, apenas fiquei em silêncio, começando a conversar com Ela. Como havia feito antes, mesmo com ela não ter respondido, falava como se fosse minha alma a ditar as palavras. "Você ouviu o que eles disseram? Concorda que eu participe? Sabe o que estou sentindo agora.". Ditava minha alma, como se fossem pensamentos, mas muito mais profundos que isso.

Assim que ela desaparece, virei meu rosto para os olimpianos e fiz uma expressão que demonstrava que ela havia aceitado, junto com um sorriso.

— Espero que tudo dê certo — falei, com uma leve reverência.

— Não conheço muito sobre... Mas, escolho a Atena — falei, sincera. Realmente nunca fui muito fã de mitologia. Não quis dizer a palavra "mitologia" pois, agora, não parecia mais ser um mito.

Segui ela e olhei o mapa, fiquei um tempo olhando para entender e escolher. Apontei no mapa, um lugar perto do Hotel Cortez. Obviamente tinha que terminar a investigação e iria aproveitar isso.

Assenti com o que ela disse, aceitando a missão.

— Se me permite opinar, durante a luta contra o Kraken, tinha alguém lá que parecia ser uma boa suporte, seria preciso de mais alguém nessa missão? Ou a senhora acha que nós duas damos conta? — falei, mandando um olhar de canto para Ares, para que ele pudesse lembrar de uma das pessoas da arenas, uma que também não o atacou nem recusou o emprego.

Assenti, afirmando com a cabeça e a segui logo que ela saiu. Não iria puxar uma conversa, como uma deusa da sabedoria e da guerra, acho que ela saberia como agir e que deveria contar o planos e muitas outras coisas...

Assim que notei Iara na minha frente, todos os sânscritos foram, de pouco em pouco, apagados e os braços transparentes sumiam, enquanto um deles guardava a pistola e o outro parecia descansar. Olhei para o homem que tinha sido teleportado com a Atena e voltei meu olhar para ela.

— Parece que ocorreu tudo bem, mesmo não sendo o que você queria — falei, me referindo ao caso dela querer levar o homem e não derrotá-lo. Como estava sem nenhum arranhão, simplesmente olhei para ela com uma expressão que parecia dizer "o que vamos fazer agora?".

Passei por Ares, fazendo uma leve reverência pra ele antes de continuar seguindo Iara. Fiquei com um pouco de receio de entrar no quarto dela, podia rir por alguma coisa que tem no quarto, nunca se sabe. Mas, quando entrei, fiquei um pouco mais longe dela, para não ficar grudada enquanto ela se deitava.

— E como isso funciona? — perguntei.

Aquele sentimento era incrível, não podia esperar para sentir os próximos. Quando ela falou que havia terminado, um milésimo antes, senti o meu poder crescer, como se conhecimento entrasse do nada em minha cabeça.

— Você sabe onde o Hermes se encontra? — perguntei, com um rosto sério. Tentava mostrar pra ela que realmente estava decidida, que estava planejando antes de escolher.

Senti um sentimento de repulsa quando este apareceu pelado, mas, como já estava acostumado com essas coisas, não tive problemas em encará-lo.

— Prazer, Hermes — falei, encarando ele com um rosto sério, mesmo que ele fosse terrivelmente mais forte do que eu, o seu jeito não me deixava ter medo dele, era como se meu sentimento de superioridade inflasse mais do que nunca. De qualquer forma, dei um sorriso de canto por notar que ele era realmente o que eu procurava, alguém atento e rápido.

O nojo crescia cada vez mais, no entanto, ele não era um bêbado qualquer na qual eu podia estourar a cabeça com uma bala. Então, tive apenas que aguentar, mas demonstrando nojo com minha expressão. Quando ele falou de meu cheiro, tive que concordar com ele, fazia um tempo que não tomava banho mesmo.

Assim, olhei para Atena com um olhar que dizia "Posso usar o chuveiro?". Caso ela aceitasse, iria apenas lavar o corpo com água por um tempo e lavar o cabelo. Assim que saí do banheiro, encarei Hermes com um olhar desinteressado, como se fosse dizer "E agora?".

Achei aquilo tudo muito esquisito, era tão bobo que podia até ser engraçado, mas a forma como ele me tratava era um pouco desrespeitosa, então, decidi apenas aceitar, afirmando com a cabeça e o seguir.